Na semana passada, o blog Eu, Android publicou uma interessante notícia: a Motorola havia sido sentenciada pelo Juizado Especial Cível de Brasília a garantir a um consumidor que seu Motorola Dext fosse atualizado para a versão 2.1 do Android.

O consumidor em questão é Alexandre Valadares Jordão, que abriu um processado na Justiça contra a empresa para que seu celular fosse atualizado. O Motorola Dext foi lançado com a versão 1.5 do Android, a primeira lançada pela Google, em uma época onde o Android 2.1 Eclair já circulava em diversos modelos ao redor do mundo.

A decisão é válida apenas para o reclamante, mas abre um precedente importante para que a Motorola seja obrigada a atualizar o software de todos os donos do Dext, ou até mesmo de celulares semelhante como o Backflip e o Quench.

A Motorola, contudo, irá recorrer a essa decisão. Veja o comunicado emitida pela empresa abaixo:

“A Motorola Mobility tem a intenção de realizar atualizações de software para seus equipamentos recém lançados na América Latina. O objetivo da empresa é proporcionar aos seus consumidores as melhores experiências em seus equipamentos com o sistema operacional Android. Em situações muito particulares, devido à especificações de hardware, recursos limitados e as mudanças rápidas do mercado, podemos optar por não fornecer atualizações de software para determinados equipamentos.

No caso do consumidor Alexandre José Valadares Jordão, a decisão da juíza Cristiana Torres Gonzaga é de primeira instância, portanto, cabe a Motorola recorrer desta decisão.”

A resposta da Motorola para a pergunta do título desse texto é, portanto, limitações de hardware. Contudo, o Motorola Cliq, que é na prática o mesmo celular vendido nos EUA, com hardware idêntico, foi lançado com a versão 2.1 do sistema.

Sobre esse pequeno detalhe, a Motorola decidiu não se pronunciar, afirmando que a no momento irá se comunicar sobre o assunto apenas por meio do comunicado acima.

Continuamos então a questionar: Por que a Motorola Brasil não atualiza o Dext? Parece claro que o problema não é o hardware. Será que as questões burocráticas são assim tão complexas ou acordos com operadoras impedem a atualização, ou é apenas uma estratégia para forçar o consumidor a trocar os aparelhos por novos?

Realmente a resposta da Motorola foi algo compreensível, mas diante contestação de um modelo semelhante lançado em outro país, possuir versão superior, a meu ver desmascara essa desculpa. Certamente há outros interesses nessa negativa de atualização, pra própria empresa fabricante é interessante estar sempre vendendo novos aparelhos, já para algumas operadoras o interessante é que seus clientes continuem sempre “presos” de alguma forma ou de outra a seus serviços ou planos. Mas preciso deixar um destaque a este cidadão, que garra e força de vontade em atualizar seu aparelho, buscando seus direitos a todos os custos. Certamente, abrirá precedentes, a muitos outros. Por fim acredito que essas empresas deveriam estipular um prazo, em que estariam disponibilizando atualizações a cada modelo em questão, evitando se assim novos processos e até para uma melhor escolha aos clientes.