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A Petrobras cancelou um contrato de R$ 444 milhões que havia assinado em junho do ano passado com a Ecoglobal sob a alegação de que a empresa agiu de má-fé e feriu o código de ética da estatal.
 
A suspeita levantada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, é a de que o contrato foi obtido graças à interferência de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.
 
A rescisão do negócio foi feita depois que a Ecoglobal brasileira e sua filial nos Estados Unidos comunicaram à Petrobras, no último dia 4, que não teriam condições de cumprir o contrato.
 
A estatal diz no comunicado que informou à Justiça Federal do Paraná na sexta-feira (13) que a desistência da Ecoglobal "vem acarretando transtornos operacionais e consequentes potenciais prejuízos de ordem financeira à companhia".
 
Costa foi preso pela segunda vez pela PF na última quarta (11), sob a acusação de manter contas secretas na Suíça com saldo de US$ 23 milhões (cerca de R$ 52 milhões). A Suíça bloqueou as contas devido à suspeita de que elas receberam valores desviados.
 
O contrato da Ecoglobal era para o tratamento de efluentes, produtos químicos indesejáveis que surgem no processo de extração de petróleo, juntamente com a importação dos equipamentos usados no processo.
 
A Folha apurou que, após a Ecoglobal aparecer associada a Costa e ao doleiro Alberto Youssef, investidores que negociavam injeção de recursos na empresa sumiram.
 
A Ecoglobal, que fica em Macaé (RJ), não tinha recursos próprios para importar os equipamentos que haviam sido contratados.
 
O principal indício de que Costa atuou para que a Ecoglobal conseguisse esse contrato com a Petrobras, segundo decisão do juiz federal Sergio Moro à PF, é de que ele chegou a assinar um contrato de compra da empresa, em parceria com o doleiro.
 
O juiz frisou que a compra era condicionada ao fechamento do contrato com a Petrobras. Ainda segundo Moro, o valor que o ex-diretor da Petrobras e o doleiro pagariam pela Ecoglobal é suspeito.
 
Eles e outros sócios se dispunham a pagar R$ 18 milhões por 75% de uma empresa que conseguira um negócio de R$ 444 milhões.
 
Outro indício de que o negócio foi obtido por meio de lobby é que, até assinar o contrato em 2013, a maior licitação que a Ecoglobal ganhara da Petrobras não ultrapassara R$ 10 milhões.
 
OUTRO LADO
 
Costa disse à Folha, antes de ser preso novamente, que não havia nada de ilícito na negociação com a Ecoglobal, já que ele deixara a Petrobras há mais de um ano (ele foi diretor de abastecimento da estatal de 2004 a 2012).
 
A oferta de R$ 18 milhões por 75% da empresa não é suspeita, segundo ele, já que o valor do contrato não tem uma relação direta com o retorno que seria obtido.
 
Procurada, a Ecoglobal não quis se pronunciar. 

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