Anatel reconhece fragilidades no controle de dados pelas operadoras

A Anatel detectou fragilidades na segurança no controle dos dados realizado pelas operadoras, mas reforçou sua posição de que não encontrou indícios de que elas tenham colaborado com as ações de espionagem da NSA. No entanto, durante audiência da CPI da Espionagem nesta terça-feira (15/10), o presidente da agência, João Rezende, recomendou que a Polícia Federal faça um exame mais acurado da situação.

Rezende afirmou que a Anatel enviou um questionário as teles com perguntas sobre segurança na rede e contratos internacionais de roaming e interconexão. “Todas responderam que têm contratos com operadoras estrangeiras, mas afirmaram que não preveem acessos a informações de chamadas e dados de usuários do Brasil”, contou o executivo. Neste caso, só a PF tem poder para obter esses contratos para fazer uma análise mais detalhada.

Com relação ao controle interno do de acesso aos dados internamente, Rezende relatou que nem todas as operadoras seguem as normas internacionais de segurança de organismos certificadores. Algumas delas, inclusive, sequer utilizam senhas.

O diretor de Inteligência da Polícia Federal, responsável pelo inquérito sobre a espionagem dos EUA, José Alberto Iegas, argumentou que não há como avançar nas investigações sem ouvir Edward Snowden, o ex-colaborador da CIA que iniciou a onda de denúncias de espionagem e que, agora, encontra-se exilado na Rússia. Segundo ele, a intermediação dos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores já foi solicitada, por enquanto ainda sem sucesso.

O relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e a presidente da Comissão, senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) serão recebidos amanhã (17/10) na embaixada da Rússia em Brasília para discutir a possibilidade de um contato com Snowden.

[Tele.síntese]