Quem não conhece pessoalmente Ricardo Gomes precisa saber, ou provavelmente ouvir de novo: é um dos profissionais mais sérios, corretos, educados, íntegros e respeitáveis do futebol. Já escrevi isso aqui, e nem faz muito tempo.

Por isso não há como lembrar que o turno do Brasileiro terminou com uma rodada agitada e emocionante.

Estou paralisado sequer com a hipótese de perder Ricardo do cenário profissional. Obviamente, é mais importante que ele lute pela vida. Que saia do drama cirúrgico e siga, ao menos, sua missão como homem, pai e ser humano.

Mas não me conformaria se ele não pudesse voltar ao seu trabalho normal, ao convívio da comunidade esportiva, às atividades que o fizeram uma figura unanimemente respeitada.

Ricardo foi excepcional zagueiro e é um bom treinador, em franca ascensão.

Mas muito mais do que isso, é alguém indispensável ao futebol. Transcende paixões clubísticas, se faz respeitar muito além das cores que já defendeu.

Num universo carente de bons exemplos e modelos de ética, não podemos abrir mão de você, Ricardo. Por isso, seja bravo e forte.

A sua luta, sinceramente, é minha.

De todos nós.

retirado do blog do jose ilan

O drama de Ricardo Gomes conseguiu promover um raro momento de solidariedade da torcida do Flamengo com o comandante do seu maior rival.

No Orkut, uma das maiores comunidades de torcedores rubro-negros, com quase 1,8 milhão de adeptos, botou como foto principal do perfil uma manifestação de apoio ao técnico adversário. Com os dizeres “Raça, Ricardo Gomes. Estamos com você!” a comunidade Flamengo (que se auto-intitula “Oficial”, mas não é de responsabilidade do clube) mostrou que até as diferenças mais agudas podem ser superadas.

Ricardo Gomes já dirigiu o Flamengo, em 2004. Além de ter sido recentemente campeão da Copa do Brasil pelo Vasco, foi um dos maiores ídolos da história de outro rival, o Fluminense.