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O artigo vem mostrar que existem muitas pessoas ainda um pouco "perdidas" nesse boom dos smartphones. Não é para menos: de 5 anos para cá vimos o Symbian virar rei, para logo depois aparecer o iPhone com sua interface de toque e virar todo o mercado de cabeça para baixo e, aproveitando o vácuo deixado pelo aparelho da Apple, chegar o Google investindo todos os seus recursos no Android e virando o líder de vendas nos EUA em pouco mais de 3 anos.

Ufa, parece complicado? Isso porque nem citei a RIM (criadora do BlackBerry), HP (que comprou a antiga Palm), Samsung (que criou o Bada), Microsoft (Windows Phone 7), além do sistema desenvolvido em parceria entre a Nokia e Intel (MeeGo), que agora procura um pai adotivo.

Seu cérebro está fritando? Calma, é para isso que esse artigo foi criado, para falar um pouco de cada uma das plataformas e, assim espero, desatar um pouco esse nó.

Vamos lá.

Android

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Desenvolvedores: Google/Open Headset Alliance

Fabricantes: vários (veja a lista aqui)

Plataforma de desenvolvimento: Java* (Android SDK) e C/C++ (Android NDK)

Licença: código-aberto (principalmente a licença Apache, com as contribuições para o kernel Linux em GPL2)

Última versão: Gingerbread (2.3) para smartphones, Honeycomb (3.x) para tablets

Próxima versão: Ice Cream Sandwich (4.0) otimizado para diversos dispositivos

A Android Inc. começou em 2003 como uma pequena empresa desenvolvendo um sistema operacional mobile sem grandes pretensões, baseado no kernel Linux. Em 2005 ela foi comprada pelo Google, o que gerou aqueles rumores que a gigante de buscas estaria desenvolvendo um smartphone. Mas o Google tinha projetos muito maiores para aquele sistema que eles tinham nas suas mãos, e em 2008 (cerca de um ano depois do primeiro iPhone) chegava ao mercado o primeiro smartphone equipado com aquele sistema operacional, pelas mãos da HTC.

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HTC Dream, o desengonçado primeiro smartphone rodando Android

Apesar do pouco sucesso dessa primeira empreitada, todos sabem o que aconteceu depois: o Android começou a receber suporte de cada vez mais fabricantes, vendendo cada vez mais até virar uma (grande) bola de neve: vocês podem ver nessa lista (incompleta) do Wikipédia a grande variedade de aparelhos dos mais diversos fabricantes.

E não são só smartphones: tablets, smartbooks, eReaders, PMP (Portable Media Player, ou os famosos "MP50" aqui no Brasil), todos rodando o sistema operacional do robo verde.

Claro que a popularidade da plataforma está associada as outras coisas também. A plataforma inteira é em código-aberto, com o Google liberando de tempos e tempos novas versões no Android Open Source Project.

A interface do Android é bem otimizada para telas de toques capacitivas e trouxe algumas inovações interessantes na época (como seu sistema de notificações). O Android também é bem integrado aos serviços do Google, e considerando a grande popularidade dos seus serviços de busca, e-mail, mapas, entre outros, não é difícil entender como a plataforma cresceu tanto.

Outro ponto crucial foi o suporte a aplicativos. Apesar de ser uma decisão um tanto polêmica (e uma das causas das reclamações sobre a duração de bateria do sistema e/ou performance), o fato dos aplicativos para Android serem desenvolvidos em Java permitem que eles sejam desenvolvidos rapidamente e com custos reduzidos, além de suportam uma ampla gama de processadores (existem ports do Android para ARM, x86 e até o MIPS).

O Android Market também é a loja de aplicativos mais aberta entre as lojas oficiais, não tendo qualquer tipo de avaliação prévia. Se por um lado isso é bom (já que atrai mais desenvolvedores), por outro é ruim (alguém pode criar um malware e jogar no Market, mesmo que por pouco tempo).

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Android Market: apesar das críticas, ele é um dos grandes motivos do sucesso do Android

E qual a importância do Android para o Google hoje?

Vamos ver, o CEO da Android Inc. (Andy Rubin) acabou virando o vice-presidente senior do Google. No Google I/O desse ano a gigante de buscas praticamente só falou de Android. Eles já anunciaram planos de migrar o Android para os mais diversos dispositivos, incluindo a nova geração do Google TV e o ambicioso projeto Android@Home.

E ainda tem o Ice Cream Sandwich, a próxima versão do Android cujo os detalhes o Google guarda a sete chaves...

Obs: Atualmente o Google não usa bem Java, e sim uma implantação própria da plataforma conhecida como Dalvik. Mas para não estender muito preferi deixar "Java" mesmo.

Bada

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Desenvolvedor: Samsung

Fabricante: Samsung

Plataforma de desenvolvimento: C++

Licença: proprietária

Última versão: 1.2

Próxima versão: 2.0

O Bada é uma plataforma de smartphones desenvolvida pela Samsung. Ela foi anunciada no final de 2009, com o primeiro aparelho a rodar a plataforma, o modelo high-end Samsung Wave GT-S8500, aparecendo no início de 2010.

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Samsung Wave GT-S8500: o primeiro smartphone com Bada

Depois desse lançamento, a Samsung anunciou que seu principal objetivo com o Bada seria substituir o seu sistema usado em feature-phones. Ela continua investindo na plataforma, com lançamentos como Samsung Wave II e Wave 525. Apesar disso, a falta de interesse na plataforma (principalmente na sua loja de aplicativos), as críticas da mídia especializada com a semelhança da interface com a do a Android e as boas vendas de aparelhos com o sistema do robo verde meio que esfriaram os planos da Samsung para a plataforma, que vem evoluindo lentamente.

BlackBerry OS

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Desenvolvedor: Research in Motion (RIM)

Fabricante: Research in Motion (RIM)

Plataforma de desenvolvimento: Java

Licença: proprietária

Última versão: 7.0

Próxima versão: 8.0, baseado no QNX

O BlackBerry OS é o sistema operacional que equipa os smartphones da linha BlackBerry. Apesar de não ter feito tanto sucesso no Brasil (provavelmente por ter vindo muito tarde, quando opções mais interessantes já tinham aparecido), nos EUA eles já chegaram no topo, mas hoje amargam a terceira posição.

O ponto forte dos BlackBerrys é seu grande foco no mercado corporativo. Graças a isso, o BlackBerry OS inclui recursos importantes para usuários corporativos, como criptografia de dados e, principalmente, o BlackBerry Enterprise Manager, aplicativo que se integra a softwares como o Exchange para permitir o gerenciamento de e-mails corporativos. Seus aparelhos são geralmente equipados com teclados (QWERTY ou outra variação) no formato candybar (o teclado ocupa a parte inferior do aparelho e a tela no superior), justamente para priorizar a comunicação.

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BlackBerry Bold 9000 e seu tradicional formato candybar

O sistema acabou perdendo momento com a acensão do Android e iOS, mas a RIM promete boas novidades na próxima versão do sistema, baseado no sistema em tempo-real Unix-like QNX, assim como o BlackBerry Tablet OS.

iOS

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Desenvolvedores: Apple Inc.

Fabricante: Apple Inc.

Plataforma de desenvolvimento: Objective-C

Licença: proprietário

Última versão: 4.3

Próxima versão: 5

O primeiro iPhone (lançado em 2007) foi o responsável por inaugurar a corrida armamentista atual dos smartphones. Praticamente da noite para o dia, sistemas com vários menus complicados pensados para teclados se tornaram antiquados frente a tela de toque capacitativa e o sistema operacional intuitivo da Apple. Foi ele que trouxe grandes ícones para a tela, poucos botões físicos e gestos hoje comuns como a pinça para zoom e swipe.

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iOS 4, reparem nos grandes ícones e na interface limpa do sistema

Apesar disso, poucas pessoas lembram que o iOS original (quando ainda era conhecido apenas como iPhone OS) não era realmente um sistema operacional de smartphones, já que não permitia a instalação de aplicativos. A ideia era ter aplicativos rodando via browser, graças a API que a Apple oferece para desenvolvedores Web, porém as críticas fizeram a Apple logo voltar atrás, trazendo o App Store na versão 2.0 do sistema operacional.

O App Store logo se tornou um grande sucesso. Centenas de milhares de aplicativos povoaram o que é hoje a maior loja de aplicativos mobile, apesar das críticas ao modelo de avaliação da Apple, que pode não permitir que seu aplicativo entre no App Store por N motivos (por exemplo, seu aplicativo não pode recriar uma função do sistema ou ser em código-aberto).

O iOS também é um sistema com restrições estranhas para um smartphone. Até o iOS 3 não existia suporte a MMS e algo simples extremamente simples como copiar-e-colar. Só a partir do iOS 4 que o sistema passou a suportar multi-tarefa, e mesmo assim de forma extremamente limitada (o aplicativo só consegue rodar alguns processos em background, não é realmente multi-tarefa real).

Para contornar as limitações do iOS, muitos usuários apelam para o jailbreak, um processo que remove as limitações impostas pela Apple. Um exemplo era nas primeiras versões do sistema, onde o jailbreakpermitia instalação de aplicativos bem antes da chegada do iOS 2.0.

A Apple prepara boas novidades para a próxima versão do sistema, o iOS 5, incluindo (finalmente) um sistema de notificações melhorado (em "homenagem" ao Android), suporte ao novo serviço de nuvens iCloud e integração com o Twitter.

MeeGo

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Desenvolvedores: AMD, Linux Foundation, Intel, Nokia, Novell

Fabricante: por enquanto, apenas a Nokia

Plataforma de desenvolvimento: Qt

Licença: código-aberto (diversas licenças)

Última versão: 1.2

Próxima versão: 1.3

Desde que a Nokia anunciou que iria usar o Windows Phone 7 daqui por diante pensei em nem precisaria incluir esse sistema operacional, que até agora só tinha sido usado em tablets e netbooks (apesar do grande interesse da Intel em lançar um smartphone rodando MeeGo e um processador x86). Mas com o anuncio no Nokia N9 (e seu irmão "para desenvolvedores" N950), tudo mudou.

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Nokia N9: o primeiro (e talvez último) smartphone da Nokia rodando MeeGo

Para quem não se lembra, o MeeGo é a fusão do Maemo (plataforma de tablets e smartphones da Nokia) com o Moblin (plataforma de netbooks da Intel). Diferente do que acontece com o Android, por exemplo, aqui temos basicamente uma distribuição Linux com uma interface diferente, otimizada para telas pequenas como netbooks e sensíveis ao toque.

É uma plataforma bem interessante pois além de rodar os aplicativos criados para ela (em Qt, de preferência), pode rodar qualquer aplicativo já disponível para Linux, desde que todas as dependências existam na plataforma (por exemplo, no caso do ARM nem todos os pacotes estão disponíveis ou tem desempenho razoável). Claro que, além da questão de compatibilidade e performance tem também o problema da interface, que na maioria dos aplicativos deixa a desejar para as telas de toque, mas não deixa de ser interessante rodar um LibreOffice no seu smartphone.

Symbian

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Desenvolvedor: Nokia

Fabricante: Nokia

Plataforma de desenvolvimento: Symbian C++ e Qt

Licença: proprietário

Última versão: Anna

Próxima versão: Bella

O Symbian provavelmente é o sistema operacional mais antigo de smartphones ainda em desenvolvimento. Seu começo data 1998, em um consórcio entre a Ericsson, Nokia, Motorola e Psion (criadora do EOC, sistema onde o Symbian é baseado) para explorar a convergência entre PDAs e celulares. Dez anos depois, a Nokia comprou o resto das ações pertencentes a Sony Ericsson e fundou o Symbian Foundation, com o objetivo de abrir o código do Symbian.

Estranhou a licença "proprietária" lá em cima? Pois bem, em Abril desse ano a Nokia resolveu adotar de novo um licença proprietária, usando um modelo de desenvolvimento shared-source (empresas que quiserem licenciar o Symbian podem ter acesso ao código-fonte).

O Symbian já foi o sistema operacional mobile mais popular do mundo, graças ao lançamento de bons celulares equipados com o sistema na época de ouro da Nokia. Porém a chegada do iPhone e Android e a demora para o Symbian se adaptar aos novos tempos, onde interfaces otimizadas a toque se tornaram obrigatórias, fizeram o Symbian perder popularidade rapidamente.

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Nokia N95, o ex-rei dos smartphones, mostra a época de ouro da Nokia

Com o anuncio da Nokia que a sua plataforma principal seria o Windows Phone, o Symbian continua recebendo investimentos, mas a plataforma terá foco em celulares de médio e baixo custo agora.

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Nokia N8 rodando uma das últimas versões do Symbian.

WebOS

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Desenvolvedor: Palm (anterior)/HP (atual)

Fabricante: Palm (anterior)/HP (atual)

Plataforma de desenvolvimento: HTML5

Licença: proprietário, kernel (Linux) e outros componentes de código-aberto em licença GPL2

Última versão: 3.0

Próxima versão: ?

O webOS é um sistema operacional desenvolvido inicialmente pela Palm, baseado no kernel Linux. Lançado em 2009, seu grande diferencial é um ecossistema integrado com a Web 2.0. O desenvolvimento de aplicativos fica a cargo de tecnologias do Web, como Javascript e HTML5, o que facilita o desenvolvimento.

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Palm Pré rodando WebOS

Apesar de ter uma interface interessante, o sistema falhou em ganhar popularidade, talvez pelo fato do primeiro dispositivo apresentado com o sistema (Palm Pre), ter recebido críticas em relação a construção e o hardware medíocre. Em 2010 a HP comprou a Palm, e continua investindo na plataforma, que se torna cada vez mais interessante.

Windows Mobile

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Desenvolvedor: Microsoft

Fabricante: vários (veja a lista aqui)

Plataforma de desenvolvimento: Visual Studio

Licença: proprietário

Última versão: 6.5

Próxima versão: 7 (baseado numa nova plataforma, veja Windows Phone)

O Windows Mobile é uma plataforma praticamente morta já, mas ainda existem alguns smartphones com esse sistema a venda e a comunidade continua forte (veja a sessão do XDA-developers sobre Windows Mobile, por exemplo), então vale a pena citá-lo. Baseado no Windows CE (Compact Edition), o sistema foi originalmente criado para PDAs (Pocket PC) e depois adicionado o conjunto de recursos necessários para funcionar em smartphones. Graças a isso existiram diversas versões: Classic, que roda em PDAs, Standard, que roda em smartphones sem tela touch e Professional, destinado a smartphones com tela touchscreen.

O Windows Mobile foi outra plataforma que perdeu terreno rapidamente com a chegada do iOS e Android, porém de forma merecida: o sistema era lento e a interface é pouco otimizada para telas de toque, com botões pequenos e opções espalhadas em múltiplos menus. Foi fruto da ideia da Microsoft em trazer a "experiência do Windows para seus dispositivos mobile".

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HTC HD2: a interface desenvolvida pela HTC, TouchFlo HD, tenta disfarçar a idade do sistema

A Microsoft continua fazendo pequenos investimentos no sistema, trazendo uma interface mais otimizada a telas touch e melhoramentos para os dispositivos embarcados que ainda são equipados com o sistema (como GPS). Porém o foco de investimentos da Microsoft fica mais para o Windows Phone, e para smartphones é um sistema praticamente morto.

Windows Phone

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Desenvolvedor: Microsoft

Fabricante: vários (veja a lista aqui)

Plataforma de desenvolvimento: Silverlight, Microsoft XNA

Licença: proprietário

Última versão: NoDo

Próxima versão: Mango

O Windows Phone é o Android da Microsoft. Enquanto o Android é integrado aos serviços do Google, o Windows Phone é integrado com os serviços da Microsoft (Windows Live, Xbox Live, Skydrive, Bing, Office 360). Ele também é um sistema que pode ser licenciado para vários fabricantes.

Seu principal destaque é sua interface Metro, uma interface otimizada a telas de toque única, onde cada "ícone" também serve para notificações.

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Windows Phone e sua revolucionária interface Metro

Apesar da bela interface e a integração com os serviços da Microsoft, o sistema ainda não conseguiu ganhar popularidade e mesmo com o crescimento do número de aparelhos com o sistema, o Windows (tanto o Mobile quanto o Phone) nos dispositivos mobile está perdendo espaço.

Mas o futuro do sistema promete: a próxima atualização ("Mango") vai trazer multitasking e copiar-colar, dois recursos muito exigidos pelos seus usuários. E a parceria com a Nokia e os serviços da Ovi sendo integrados dentro da plataforma Windows Phone pode deixar o sistema bem mais interessante.

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